domingo, 13 de agosto de 2017

MARCADA PELO TEMPO


MARCADA PELO TEMPO


O tempo passa
O tempo urge.
No rosto, sinto as marcas do tempo.
As cicatrizes que deixou,
Sinto no corpo
Como tatuagem,
Que para sempre ficarão.
As formas do meu corpo
Há muito se foram.
A leveza dos meus passos
Deram lugar
A um caminhar cansado.
Os cabelos de ondular cintilante
Dão lugar aos fios brancos,
Que teimam num nascer constante.
Olhar, ver as minúsculas partículas
Que brotam ao relento.
Esses mesmos olhos...
Agora, somente pesadas lentes
Facilitam a visão... 



Autora: ANGELA PASTANA... Poetisa paraense
(Destaque Especial - RJ..
XXII Concurso Nacional de Poesias Brasília)

segunda-feira, 24 de julho de 2017

TEU CANTO


TEU CANTO
Na cantiga expusestes tuas idas
De quereres a soar veladamente
Mas porque querer fazer sentida
As dores que deveras sente

Na toada faz-te pequeno ainda
E tão grande és verdadeiramente
Que não há em ti asa pendida
No teu ardor és tão fremente!

Embalaste com a tua cantoria
A alma que antes seca não floria
No alvoar de sonhos e ilusão

A escrava deste alento e alforria
Era aquela que solitária morria
Por não ter um amor no coração

Autora: ANGELA PASTANA... Poetisa paraense

VOA PIPA


VOA PIPA
A pipa esvoaça
No céu azul
Bate as asas
A olhos nus

Corre e para
Fixa o Sul
O vento cata
Esquece o angu

Brinca a criança
Olhos cintilantes
Fixo na dança

Da pipa a bailar
Coração pulsante 
Ela está no ar.

Autora: ANGELA PASTANA... Poetisa paraense
Belém, 01/07/17... 12:12

ANDARILHA


ANDARILHA
Quando a noite passar
Deixará sair a saudade
Sem pensar em maldade
E de aurora se vestirá.

Sua força interior será
Inundada pela bondade 
Acalmará a ansiedade
Feito ondas a debruçar

Levanta-se guerreira
Não há o choro de antes 
O fardo deixa na esteira

Olha o passado distante
Sacode do peito a poeira
E segue na vida... incessante.

Autora: ANGELA PASTANA... Poetisa paraense
Belém, 28/06/17.... 18:47

SEM RUMO


SEM RUMO

Faz-se noite aqui, dentro de mim
Perambulo pela casa solitária
Escuto o gargalhar que vara
Este som, penso.... Caiu aqui.

Cada vez mais sopra... senti
A brisa da noite a entrar na sala
Vazia...  só minhas passadas
Retumbam apelos, em que caí

A noite alongando os braços
Toma-me sem véu, sem guarida
Pôs tudo a ficar em embaraços

Sem rumo, ando na sala, sem fim
Pobre de mim, tonta, ferida
No desencanto da vida, me perdi.

Autora: ANGELA PASTANA...Poetisa paraense

Belém, 24/7/2017... 22:28

sexta-feira, 30 de junho de 2017

SONHOS


SONHOS

SONHOS que se esvaem
Nos olhos descaídos
Feito gotas que caem
Do telhado partido,

SONHOS desejados
No peito ardentemente
Ficaram inacabados
Espalhados no relento

Rosa do galho arrancada
Sangrando no chão
As pétalas pisoteadas

Dos sonhos... o lume
Foi-se como a rosa da mão  
Ficou apenas... o perfume.

Autora: ANGELA PASTANA.... Poetisa paraense
Belém, 28/06/17... 18:33

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Ó PORTUGAL!


(Meu poema, ao país de meus ancestrais
pela tragédia que assolou... Portugal)

 Ó PORTUGAL!

Vai o fogo queimando
Tuas matas, tuas vidas
Teu leito assolando
Quanto terror no mal
Destruindo em sua ida
Teus filhos. Ó Portugal!

Sofrendo pelo ente querido
Se juntam na solidariedade
Mesmo ao ver tudo destruído.
Mas és forte, és sem igual
Onde existe a força da irmandade
Há um novo amanhã. Ó Portugal!  

Autora: ANGELA PASTANA... Poetisa paraense
Belém/PA... 21/06/2017... 14:38