domingo, 14 de junho de 2009

ANDARILHA



ANDARILHA

Sou a andarilha
A pousar nesta paragem
Dentro de mim...
Meus versos
São a minha bagagem.

Obra: Outonal
Autora: Angela Pastana... poeta paraense

DENTRO DE MIM

Trago no coração a Dor
Das rimas embaladas
Nas páginas viradas
Do meu diário de Sóror.

O último suspiro da flor
Que foi um dia perfumado
E que no outono passado
Deixara o seu olor.

Onde não existe a cascata
O cantar do Uirapuru na mata
E o carinho de Moema.

Trago dentro de mim... Somente.
Um único alento... Latente!
O meu despedaçado Poema!

Obra: Voo Noturno
Autora: Angela Pastana... poeta paraense

SOU

Eu sou a que chora escondida
Para não ver o pranto
Que por amar tanto, tanto...
Tem a dor mais dolorida.

Sou o sorriso da face suprimida
Do olhar perdido o encanto
Da tristeza seu manto
Do amor... a esquecida.

Sou o caminho íngreme, sombrio...
A ânsia de ser amada
O arco-íris que descoloriu.

Mas no peito ainda resiste
Tênue esperança acalentada
Amar o Amor que existe.

Obra: Voo Noturno
autora: Angela Pastana... poeta paraense

sábado, 13 de junho de 2009

MELODIA

No ar a melodia cria
Asas, asas noturnas
Invade e procria
Dançando soturna.

Esgueira-se e retira
Meus sonhos... Gatuna
Guardados meus revira
Esvoaçante atrai ruptura.

Ah! Esta melodia qual amante
Que arranca meus versos
Num gemido a pulsar, soluçante.

Nesta página outrora crua
Desfolhando meus versos
E vem vestir a folha nua.

Obra: Suspiros Poéticos
Autora: Angela Pastana... Poeta paraense

FOLHAS SECAS

Foram tantas as ausências a'cumular
Que teu amor deixou-me vazia
Tantas lágrimas a derramar
que se perdeu a magia.

Tornou-se melancólico meu olhar
Sinto que o fim aproxima-se... Vã fantasia!
De um gesto teu, uma palavra dita agarrar
Sonho que se foi na noite fria.

Sei que prolonguei, com minha insistência
A dor da despedida
Dando desculpa para tua ausência.

Sei que não te importa
Com minha dor sentida
Porque o fim já bateu em tua porta.

Obra: Suspiros Poéticos
Autora: Angela Pastana... Poeta paraense

VEM!

Rasgo a minha solidão
Quando penso em ti
Na saudade que está em mim
Sorvo a tristeza no coração.

No silêncio da hora
Vens no meu pensar...
Lúbrico. A deleitar
Rebusco na memória.

Quando tu partiste
Deixaste-me sem chão
Então eu tive noção
Que meu amor conseguiste.

E agora, neste infindo esperar...
Vem Amor! Sem delongar.

Obra: Suspiros Poéticos
Autora: Angela Pastana... Poeta paraense

QUANDO VIESTE

Vieste como raio de luz
Derrubando preconceito
No avesso do direito
Senti meus conceitos nus.

Vi a chama surgir
Da tua quimera
Que em desalinho pusera
Minha lucidez a ruir.

No arfar de tua ânsia
Rompante! Vens resoluto!
Abstenho-me do salvo conduto
Ferindo minha relutância.

Entrega-te, calidamente...
Deponho-me, ternamente.

Obra: Suspiros Poéticos
Autora: Angela Pastana... Poeta paraense

SER POETA

Quando a pena vagueia
Na folha nua
Criando versos
Em sua teia
Um poeta nasce
No bailar da lua.

Trás no peito cheio de magia
Um coração doado
Desnudando conceito
No poema rabiscado
Seu amor à poesia.

Quando o poeta entretecer
Na essência compartilhada
as alegrias das manhãs
Nas estrelas de bem querer
Faz da lua sonâmbula
Sua namorada.

Mas, ele protesta também
Faz dos seus poemas: o grito
Daqueles que não tem voz
que nem migalha tem
De afeto, justiça e pão
Na incompreensão retidos.

Então que venham os versos!
Que bailem as rimas!
Porque neste universo
Onde há poeta
Há poesia!

Autora: Angela Pastana... Poeta paraense
Obra: Suspiros Poéticos

SONETO DA SÚPLICA

Bombardeio. Cidade destruída!
Um amontoado de escombros
Para quê armas nos ombros?
Como se a guerra fosse única saída!

No olhar destila a morte
Em cada guerrilheiro xiita
Pobre homem que deixa a mesquitq!
E fica jogando com a sua sorte!

Na guerra, a fome é sombra que revida!
Trazendo a peste que dizimisa!
A mãe que chora, pelo filho que agoniza
Alvejado por bala perdida.

Meu Deus! Quando será que terão noção
Que cada ser humano morto, é um irmão?

Autora: Angela Pastana.... Poeta paraense