quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ARROIOS DE ALEGRIA




Perderam-se meus arroios de alegria
Na escassa ausência de teu bem-querer
Ficaram enferrujados de tanta apatia
Ficaram apenas musgos a crescer.

As rodas do teu amor estão vazias
Sem tua vitalidade veio a pender
Cobriu-se de erva daninha a polia
Desgastou-se vindo a se perder.

Dos meus arroios nada sobraram
Ficou um instrumento sem uso
De desgosto que ficou perdido.

O fogo do amor as chamas apagaram
Restaram cinzas em mim... concluo
E no ar ficou... Meu último gemido! 

Belém, 13/04/2011 – 21h11m 
ANGEL





VERDADE DITA

  


Na curva dos anseios derramados
Trazem à baila frases no vento soltas
Não há doce no fel na taça despejado
Nas palavras que saíram da tua boca.

Sorvi o mel amargo, amargurada.
No coração trazendo tristeza louca
A embotar a ternura germinada
Quedou-se por terra à face treslouca.

Saí a caminhar, o peito arquejante.
Tranquei-me no quarto de dor vestida
A desilusão no coração meu, cingiu.

A soabrir fechadas veredas de antes
Daquele que fingiu amor, saí ferida.
Pois na sua verdade dita, só mentiu.

Belém, 08/10/10 – 21h00
        ANGEL

domingo, 19 de fevereiro de 2012

No SESC/ DOCA - Homenagem da biblioteca do SESC à escritora no dia dos comerciários.




BEBI SEM PUDORES 

Senti o teu desprezo feito chibata
Em açoites no coração despido
Senti n’alma, o peito ferido
Sangrando horrores no fel da taça.

Bebi sem pudores, sem graça
Sem olhar o que me era servido
No teu silêncio enfurecido
Entreguei-me, feito o lenho na brasa.

Mas que fiz eu meu Senhor!
Que só a ti dei tanto amor!
Para que me deixes sem explicação?

Não respondes aos meus apelos...
Mesmo que te implore, de joelhos?
O teu silêncio é a prova, da tua negação.

Belém, 21/08/2011 – 23h10

        

ÁGUAS DA QUIMERA




ÁGUAS DA QUIMERA 

Entraste como riacho manso cantante
A deslizar suavemente entre as serras
Vi águas cristalinas a correr inebriante
Murmurejando no pedido que fizera

Embalaste esta com frescor pujante
E doei meus versos feito vitória-régia
Abrindo-se nas águas da quimera
No teu riacho entre nenúfares resplande.

Mas senti-te triste, como pássaro perdido
Nas entrelinhas de um poema que deixou
Mas que seja por ora este temor sentido.

Ó Senhor! Porque em teus versos ternura há! 
E afastou a tristeza que na distãncia ficou
Naquela que nas lembranças criou asas p’ra voar.

Belém,  01/11/2011 – 20h33     



ALGUM LUGAR

ALGUM LUGAR

Sinto que estou mais e mais a penetrar
Neste teu jogo, deixando-me apaixonada.
Quando penso em sair, fugir estou atada,
A você, que me chama e retorna a me abraçar.

Retrocedo, afundo, neste mar a navegar.
Afogo-me com teus beijos-desejos e mais nada
Possui-me teus sussurros, sinto-me amada.
E retorno aos teus afagos, sentindo-me flutuar.

Neste teu jogo, envolvida pela tua voz.
Faço coisas que a razão desconhece quando sou
O coração que em tuas promessas, acreditou.

Acredito nas tuas juras, quando estamos a sós,
Que há um Amor entre nós, que não desiste,
De que um dia, em algum lugar só nosso, existe.

Belém, 19/6/10 – 14h32