sexta-feira, 27 de setembro de 2013

ÚLTIMO TANGO


INDRISOS N° 26


Num último tango deixou-se elevar
Em volteios mirabolantes na pista
No rodopio num cadenciado valsar.

Corpos no compasso de um tango estonteante
Deslizavam em comunhão em voos alçantes
A expor desejos, desejos na pista a valsear.

A fera investe nos braços do seu domador.

O domador em seus braços, a fera dominou.


Belém, 31/01/2010 – 23h55 - Obra: Borboleta Azul
ANGEL



segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ÚNICO ABRIGO


ÚNICO ABRIGO

No meu caminho de repente cruzaste
Pondo em desalinho meus conceitos
Vi rolar diante de ti meus preceitos
Nas palavras de sedução que falaste.

Voei como pássaro quando chegaste
Vindo levantar em voos meus defeitos
Nesta carinhosa sensação senti os efeitos
Da meiguice que em mim... Enlaçaste.

E nesta imensidão que jorra de desejo
Envolvo-me sempre querendo mais
No teu canto de amor me perco no beijo.

E quando de amor falas, flutuo contigo.
Neste desejo que explode, é capaz!
De fazer do nosso Amor, o único abrigo.

Belém, 14/02/2011- 20h22min - Obra: Entre Versos
ANGEL



domingo, 8 de setembro de 2013

PROCUREI NAS LEMBRANÇAS


PROCUREI  NAS  LEMBRANÇAS 

Sinto que a noite de mim se apoderou
No exato momento que eu ti perdi
Ela jogou seu manto e se alojou
Na sala, no quarto em tudo aqui.

Procurei-te em vão no que restou
De um amor que antes eu vivi
Tênue esperança no que ficou
Desgastadas pela ausência de ti.

Procurei nas lembranças sonhos
Procurei com ternura por migalhas
Mas não sei o que faço onde ponho
Este Amor que me tortura, estraçalha.

Em vão te espero, mesmo sofrendo.
Sinto pouco a pouco meu amor, morrendo.

Belém, 14/02/2011 – 21h57min
ANGEL


terça-feira, 3 de setembro de 2013

TÉDIO...


TÉDIO 

Passeia na sala solitária. As paredes a abraçam
Na escrivaninha o sorriso no retrato, espia.
A televisão muda. As recordações a embaraçam
Destoando tortuosamente sua fantasia.

Ronda absorta... As lágrimas no olhar embaçam
A tomar espaço, na solidão da casa vazia.
Retumbam seus passos tristes e a amordaçam,
Apoderam-se da casa fazendo-lhe companhia.

Desbotada pintura na sala fria, se revela fatal.
O tempo corre ligeiro no relógio, e a perturba.
No olhar de tristeza, perdido no tédio quedou.

Desbotadas dores de tristeza, no ato crucial.
Pontuando horas silenciosas, feito tumba.
Naquela tarde melancólica que findou.

Belém, 18/04/2010 – 19h38 - Obra: Entre Versos 

ANGEL