segunda-feira, 24 de julho de 2017

TEU CANTO


TEU CANTO
Na cantiga expusestes tuas idas
De quereres a soar veladamente
Mas porque querer fazer sentida
As dores que deveras sente

Na toada faz-te pequeno ainda
E tão grande és verdadeiramente
Que não há em ti asa pendida
No teu ardor és tão fremente!

Embalaste com a tua cantoria
A alma que antes seca não floria
No alvoar de sonhos e ilusão

A escrava deste alento e alforria
Era aquela que solitária morria
Por não ter um amor no coração

Autora: ANGELA PASTANA... Poetisa paraense

VOA PIPA


VOA PIPA
A pipa esvoaça
No céu azul
Bate as asas
A olhos nus

Corre e para
Fixa o Sul
O vento cata
Esquece o angu

Brinca a criança
Olhos cintilantes
Fixo na dança

Da pipa a bailar
Coração pulsante 
Ela está no ar.

Autora: ANGELA PASTANA... Poetisa paraense
Belém, 01/07/17... 12:12

ANDARILHA


ANDARILHA
Quando a noite passar
Deixará sair a saudade
Sem pensar em maldade
E de aurora se vestirá.

Sua força interior será
Inundada pela bondade 
Acalmará a ansiedade
Feito ondas a debruçar

Levanta-se guerreira
Não há o choro de antes 
O fardo deixa na esteira

Olha o passado distante
Sacode do peito a poeira
E segue na vida... incessante.

Autora: ANGELA PASTANA... Poetisa paraense
Belém, 28/06/17.... 18:47

SEM RUMO


SEM RUMO

Faz-se noite aqui, dentro de mim
Perambulo pela casa solitária
Escuto o gargalhar que vara
Este som, penso.... Caiu aqui.

Cada vez mais sopra... senti
A brisa da noite a entrar na sala
Vazia...  só minhas passadas
Retumbam apelos, em que caí

A noite alongando os braços
Toma-me sem véu, sem guarida
Pôs tudo a ficar em embaraços

Sem rumo, ando na sala, sem fim
Pobre de mim, tonta, ferida
No desencanto da vida, me perdi.

Autora: ANGELA PASTANA...Poetisa paraense

Belém, 24/7/2017... 22:28